“Não está clara a política de preços da Petrobras neste momento de crise energética”, disse Lira

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, participou de uma live, nesta quinta-feira (16), promovida pela Netcon Investimentos, na qual fez declarações cobrando esclarecimentos públicos da Petrobras sobre os preços dos combustíveis e da logística do país. De acordo com Lira, a estatal precisa ter uma política de preços clara e pensar no País, sobretudo neste momento de crise energética e de saída da pandemia.

Arthur Lira afirmou que o Congresso vai tomar providências para corrigir eventuais erros na empresa, sem prejudicar a economia e sem intervir na estatal nem retomar a política de controle de preços. O presidente da câmara disse ainda que a empresa não pode pensar só no lucro e precisa ajudar a estruturar o investimento no Brasil.

“Não é possível esse estado de letargia e inércia em relação ao que está acontecendo. Eu tenho recebido muitas demandas, querendo que a Câmara se pronuncie em relação à Petrobras, sem tumulto. Não está clara a política da Petrobras neste momento de crise energética”, disse Lira.

Na última terça-feira, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, participou de debate no Plenário da Câmara e foi questionado pelos deputados sobre o preço dos combustíveis. Os parlamentares querem mudanças na política de preços da Petrobras, que desde 2016 acompanha a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar. É a chamada política de paridade internacional (PPI). Silva e Luna afirmou que a estatal não repassa para os combustíveis a volatilidade do mercado e que regras atuais permitiram a retomada do lucro.

Lira afirmou que os esclarecimentos do presidente da Petrobras foram insuficientes. “Temos que ver o que está acontecendo, não achei satisfatórias as explicações do presidente da Petrobras. Precisamos de mais esclarecimentos para ter uma informação mais efetiva do preço do gás, porque as termoelétricas podem amenizar a crise hídrica”, cobrou o presidente.

De acordo com o IBGE, a gasolina acumula alta de preço de 31,1% entre janeiro e agosto, contra uma inflação geral de 5,7% (IPCA). O diesel e gás de cozinha (GLP) também concentram altas (28% e 23,8%, respectivamente). O valor dos combustíveis impacta a geração das usinas termelétricas movidas a gás natural e óleo diesel.

“Não queremos o controle dos preços, o livre mercado é importante, mas tem que pensar no País. No momento drástico de crise energética e na saída da pandemia, não é justo que se preconize só o lucro e o resultado de repasse dos lucros da empresa. É importante que se pense em uma política energética que tenha o viés de pensar em estruturar setores de desenvolvimento e o investimento no País”, afirmou.

Com informações da Agência Câmara de Notícias.