A vacina, a economia e o tal do Lockdown

Por Sandro Prado

É incontestável que Bolsonaro errou feio ao desdenhar a pandemia de Coronavírus (Covid-19), a tal da “gripezinha”, e imaginar que ela iria embora, repentinamente, como chegou. Afinal, 300.000 brasileiros mortos é um número, no mínimo, aterrorizador. A péssima gestão da crise e dos conflitos fez com que mergulhássemos em uma crise sanitária e em um colapso do sistema de saúde, sem precedentes, nos 520 anos de história do Brasil.

O fato é que imunizar a população é a única alternativa para o retorno das atividades econômicas a um padrão mínimo de normalidade. No entanto, estamos a passos de tartaruga, para atingir este objetivo. Até o momento a População Economicamente Ativa (PEA), com exceção dos profissionais da área de saúde, nem sequer começou a ser vacinada.

Professores, comerciários, ambulantes, industriários, estudantes, usuários de transportes coletivos, as pessoas que realmente transitam pelas ruas e fazem o vírus circular estão cada vez mais descuidadas com os protocolos gerais de saúde de combate a Covid-19 e sem a menor previsão de serem vacinadas. Menos de 6% da população brasileira tomou a primeira dose de algum imunizante.

A economia dá sinais nítidos que as coisas não andam nada bem. Alta generalizada dos preços, estagnação econômica, elevação da taxa de juros, desemprego recorde e a desvalorização do Real é uma combinação bombástica para incrementar o número de famílias brasileiras na linha da pobreza e da extrema pobreza. Estapafúrdia é a ideia que se tem que escolher entre a saúde e a economia.

Dia 28 de março está previsto o término da quarentena em Pernambuco e há a possibilidade real de progredirmos para o Lockdown. O caso é que, com a decretação ou não do tal do Lockdown, o país do futebol virou chacota internacional.

Sandro Prado é Economista e escreve toda segunda-feira no Blog