Sem emprego e com vontade de viver

Por  @prof.sandroprado

O Governo Bolsonaro quebrou outro recorde e a população novamente não tem motivo algum para comemorar, os números são desalentadores. O IBGE divulgou novos dados relativos ao trabalho no Brasil, no primeiro trimestre de 2021, a taxa de desemprego foi a maior de toda a série histórica. O Brasil possui 100,3 milhões de pessoas com idade entre 15 e 65 anos, aptas ao trabalho. 14,8 milhões estão desempregadas – pessoas que estiveram à procura de emprego e não conseguiram.

Os desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego e não são somados juntos aos trabalhadores desempregados – somaram 6 milhões de pessoas. Computados ao total mostram a triste realidade: 20,8 milhões de brasileiros sem trabalho. E os números estarrecedores não terminaram. 7 milhões de trabalhadores laboram menos de 40 horas semanais e são classificados como subutilizados. Pelas novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) o Brasil deverá ocupar a 14ª posição no Ranking dos países com maior índice de desemprego no mundo, em 2021.

Dos 34 milhões de trabalhadores informais no Brasil 10,2 milhões estão na região nordeste. Pernambuco amarga o maior índice de desempregados juntamente com a Bahia. Ambos os estados possuem 21,3% da População Economicamente Ativa desempregada. Enquanto os números do desemprego no Brasil assustam, o Ministro Paulo Guedes segue firme no seu propósito de delapidar o patrimônio público e acelerar o processo de privatização. Em seu novo discurso quer que “apenas 80% dos valores da venda das estatais sejam utilizados para pagar dívidas”. “Vamos distribuir dinheiro para os mais pobres.”

Para conseguir adesão popular e política ao seu capenga projeto “neoliberal” é capaz de pronunciar frases cada vez mais arrogantes, estapafúrdias e jocosas. “Que tal se eu pegar 20% e jogar para os mais pobres?”. “Quem sabe desta forma não se acelera o projeto de privatização?” O brasileiro quer dignidade, emprego, vacina, comida e tem muita vontade de viver e voltar a ser feliz.

Sandro Prado é economista e consultor