Prorrogação do mandato do Sintepe foi para beneficiar ex-presidente, diz membro do sindicato

Por Jorge Lemos- Editor do Blog

Na última segunda-feira, publicamos matéria falando que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Pernambuco (Sintepe) programou uma eleição para acontecer nos dias 16 e 17 de junho, durante o pico da pandemia da Covid-19. O processo eleitoral da categoria, conforme estatuto é marcado para o mês de novembro. Seria realizada no ano passado, mas por conta da pandemia foi adiada para novembro de 2021. Uma assembleia realizada no final de dezembro antecipou o processo eleitoral para o mês de junho de 2021. A presidente do Sintepe, Valéria Silva, tomou posse na presidência do sindicato depois que o titular Fernando Melo, assumiu a secretaria de Educação de Limoeiro, no Agreste. A presidente confirmou que em setembro do ano passado, houve uma assembleia, transferindo a eleição para novembro de 2021. Manobra dos 21 diretores da Articulação Sindical e ligados à chapa 1, que disputa com Valéria o pleito.

Os diretores que apoiam a chapa 1 emitiram uma nota na última segunda-feira afirmando que, como em todas as outras eleições ocorridas no sindicato, esta também foi decidida em assembleia soberana da categoria. “Os dirigentes sindicais têm por obrigação respeitar as decisões da categoria tomadas em assembleia, mesmo que tenham sido minoria e tenham perdido a proposta de adiamento das eleições. O mandato desta diretoria se encerrou em novembro do ano passado, então o mês de novembro em questão refere-se ao ano de 2020”, diz um trecho da nota.

O processo gera mais uma dúvida na cabeça dos trabalhadores em Educação de Pernambuco. Se o mandato foi concluído em novembro de 2020, por que a diretoria do sindicato realizou uma assembleia em setembro do mesmo ano, prorrogando o mandato da então presidência e adiando a eleição para novembro de 2021? Em setembro, o presidente Fernando Melo ainda não tinha sido convidado para assumir a secretaria de Educação de Limoeiro, já que as eleições municipais só aconteceram em 15 de novembro. O Blog do Jorge Lemos teve acesso a ata da Assembleia realizada em setembro de 2020.

“Depois que Fernando renunciou o mandato, os 21 diretores colocaram pressão para Valéria não assumir a direção do sindicato, porque queriam que uma suplente assumisse, fazendo uma manobra no estatuto. A grande questão é que o adiamento da eleição e a prorrogação do mandato só favorecia Fernando. Como Valéria não aceitou a proposta do grupo e assumiu o comando do sindicato, os 21 diretores levantaram a proposta de adiar a eleição para junho”, denunciou um membro do sindicato em reserva.

A presidente do Sintepe, Valéria Silva denuncia que o grupo dos 21 diretores, ligados à Articulação Sindical não permitem que ela tenha o comando da gestão da categoria e perseguem o mandato dela. “ Quando assumi, não tive acesso a algumas coisas. Como presidente, não tenho acesso às redes sociais do sindicato, não opino na coluna e mudaram as senhas. Não tenho acesso ao zoom, não controlo e não tenho acesso às gravações das atas. Muita gente reclamando que não tem acesso”, denunciou a presidente.

Valéria disse que como presidente é a responsável pelo sindicato, mas o grupo dos 21 diretores dizem que tem a maioria e acha que pode controlar tudo. Segundo Valéria, houve um recadastramento dos filiados do sindicato e ela só ficou sabendo quando a campanha já estava nas ruas.

Com a palavra, os 21 diretores do Sintepe.

Amanhã, mais informações dos bastidores da eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco.