O ministro da Economia Paulo Guedes está em foco na agenda política desta semana. Ele foi convocado para explicar à Câmara a offshore que mantém em paraíso fiscal. Ainda não há data marcada para o depoimento aos deputados. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve tomar uma decisão nesta terça-feira (12), quando chega a Brasília depois de viagem à Itália. A ida de Guedes à Casa pode ficar para a segunda quinzena de outubro.
Com a indefinição, o ministro ainda não decidiu a data de embarque para Washington para reunião anual do FMI (Fundo Monetário Internacional), que será realizada de 11 a 14 de outubro. Na última sexta-feira (08), a gestora da offshore divulgou um papel em que informa que o ministro deixou o quadro de diretores da firma em dezembro de 2018.
O ministro ainda precisa explicar se continuou como sócio e, também, se a filha e/ou a mulher (ambas no comando da offshore) fizeram investimentos depois de ele assumir o cargo mais importante da economia do país.
O peso do depoimento para o futuro do único “superministro” de Bolsonaro não pode ser menosprezado. Em 1998, o poderoso chefe das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, pediu demissão a FHC depois de ser pressionado em audiência no Senado.
Guedes não recebeu apoio público do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde a publicação sobre a existência da offshore. Foi alvo de protestos em frente ao Ministério da Economia e personagem de cartazes com críticas espalhados na Avenida Faria Lima, centro do mercado financeiro em São Paulo.
O presidente da República deve ir a Miracatu (SP), no Vale do Ribeira, para a entrega de 250 títulos de terras regularizadas, na próxima quarta-feira (13). Não há confirmação do Planalto sobre eventual visita no dia anterior a Aparecida (SP), que deve receber cerca de 60.000 pessoas para a celebração do Dia de Nossa Senhora Aparecida.
Outro tema econômico e politicamente sensível pode ter desdobramentos nesta semana: o ICMS dos combustíveis. Arthur Lira quer mudar o cálculo do valor sobre o qual incide o imposto. Seria uma média nacional dos preços dos dois anos anteriores em vez da média estadual de 15 dias em vigor. Ainda não foi divulgado o relatório da proposta. Pode haver novidades nesta segunda-feira (11).
Lira ficará pouco em Brasília nesta semana encurtada pelo feriado de Nossa Senhora Aparecida. Chega na terça-feira (12) e, na quinta-feira (14), deve ir a São Paulo. Há chance de faltar tempo para finalizar a articulação. Os governadores pressionam contra. Caso o projeto passe pela Câmara, deve enfrentar maior resistência no Senado. A ideia faria os Estados arrecadarem menos do que poderiam.
No fim de semana, Bolsonaro disse: “O Arthur Lira está nos ajudando, tem um projeto nesse sentido para regulamentar uma emenda constitucional de 2001. Parece que não teremos sucesso”.
Com informações do Poder 360.