Neto da Farmácia volta tocando fogo na Câmara e na prefeitura do Cabo

A sessão desta quarta-feira (07) na Câmara de Vereadores do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, foi marcada por tensão e um clima de “fogo no parquinho”. Isso porque o vereador Neto da Farmácia, acompanhado dos também vereadores Dr Zé Carlos, César Paiva, Nia Vip Car e Sueleide de Amaro do Sindicato, usaram seu tempo de cinco minutos na sessão para fazer uma série de questionamentos ao presidente da Casa, Ricardinho (MDB).

Entre os questionamentos estavam o distrato do contrato com a empresa Feitosa, que até então era responsável pela manutenção do prédio, além de pedidos de requerimentos que não teriam sido atendidos, a atualização do site da transparência, que segundo os vereadores não está acontecendo e o contrato da empresa que fez a pesquisa para avaliar o cenário da Câmara e preparar o planejamento estratégico do órgão. O Dr. Zé Carlos ainda acusou a contabilidade da Casa Legislativa de esconder empenhos.

A sessão foi marcada também por graves acusações por parte, principalmente, dos vereadores Neto da Farmácia e Dr Zé Carlos, que chegaram a acusar o presidente de “quer aprovar tudo passando rolo compressor” e de estar “mentindo”. “Eu vou provar que o senhor é mentiroso. Na terça feira vou apresentar as provas”, disse Neto da Farmácia.

Um assessor em reserva disse que o presidente da Câmara administra o Poder Legislativo de forma autoritária e sem escutar os seus pares. “É um presidente que não cumpre acordos. Para se eleger fez tratos e não cumpriu. Um dos pontos que vem causando revolta é a demissão de Márcia Matoso e Rosa Pereira que eram funcionárias cedidas da prefeitura e que estão aposentadas, mas eram cargos comissionados e trabalhavam na contabilidade da casa há 40 anos. Elas são a memória da Câmara e foram exoneradas para ceder espaços para ampliar o grupo político do presidente”, desabafou um assessor parlamentar.

Segundo um vereador que pediu reserva, daqui pra frente serão expostos vários problemas do legislativo.

GUARDANDO MÁGOA – Nos bastidores o entendimento é de que Neto guarda alguma mágoa do atual presidente, tendo em vista que algumas das solicitações do ex-presidente são consertos dos erros cometidos por ele mesmo quando era presidente. “Ele cobrou placas, que não conseguiu colocar em sua gestão apesar de ter contratos nesse sentido. Ele cobrou o conserto do telhado, apesar de não ter realizado a recuperação que há anos precisa ser executada. Ele fala muito, mas no fim das contas ele foi um péssimo presidente que já passou por aqui e quer tentar tirar essa fama”, disse um outro vereador que pediu para não ser identificado.

TURBULÊNCIA – Nessa terça-feira (06) iniciou-se oficialmente o trabalho legislativo no Cabo. A sessão que deveria ser em homenagem ao vereador Cal Corrente, falecido em decorrência de complicações da Covid, e marcaria o retorno da vereadora Tereza da Bomboniere (PSC) após 90 dias hospitalizada, entre UTI e recuperação, se tornou palco de revelações e exposições de ranhuras.

O vereador Neto da Farmácia (PDT), apesar de colocar-se como aliado do atual governo de Keko do Armazém (PL), expôs sua insatisfação com o trato do gestor com os parlamentares. Segundo o parlamentar os vereadores esperam “de seis a sete horas para ser atendido pelo prefeito”, reclamou.

Neto ainda disse que essa é uma insatisfação geral entre os parlamentares que “não têm coragem de expor essa situação” e ainda disse “prefeito, eu sou da sua base, mas é preciso fazer essa crítica positiva”, disparou.

Concordaram com as declarações de Neto da Farmácia os vereadores: Aziel Almeida (PSB), Zeu da GvNet (PT) e Wilkem Gomes (PRTB), que ressaltou a admiração pela coragem de Neto em expor essa insatisfação.