A deputada estadual Gleide Ângelo (PSB), apresentou um projeto de lei para o enfrentamento à evasão escolar ocasionado pela pobreza menstrual. A medida também propõe o desenvolvimento de estratégias e garantias para o aumento da escolaridade média entre as estudantes pernambucanas.
O projeto determina, no estado, o desenvolvimento de programas, projetos e ações escolares de enfrentamento à falta de acesso ou de recursos para a compra de produtos de higiene e outros itens necessários ao período da menstruação.
“Debates referentes à saúde e à autonomia das mulheres em relação ao seus corpos ainda são secularizados, por isso, os dados trazidos nos relatórios do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), chamaram tanto a atenção: a cada quatro jovens estudantes, uma não frequenta as aulas durante o período menstrual porque não tem absorventes — ou seja, o mínimo necessário à dignidade e à higiene pessoal”, explica.
A deputada também indica que sejam criadas políticas, no ambiente escolar, para a promoção dos direitos das mulheres, o empoderamento feminino e a formação de novas líderes a partir da educação sobre a rede de apoio e a legislação vigente sobre a proteção à mulher.
“Estamos batalhando, em pleno século 21, pelo acesso a itens básicos para as mulheres. O debate sobre a pobreza menstrual apenas nos revela como as políticas públicas historicamente são construídas a partir de um recorte machista e excludente, na medida em que estabelecem como o corpo padrão um corpo masculino”, afirma a parlamentar.