Por: Sandro Prado
O principal assunto econômico, veiculado nos meios de comunicação esta semana, foi que o PIB do Brasil caiu em (-4,1%). Até o Presidente da República achou o número positivo “Parece que caímos 4%. É um dos países que menos caiu no mundo todo, então tem este lado positivo”, ponderou.
Calma lá! Vamos entender o que há por trás disto? É importante esclarecer que o Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no território brasileiro em um determinado período de tempo. Significa que, se o desempenho do PIB é negativo, a economia do Brasil encolheu? Isso mesmo!
A queda foi generalizada em quase todos os setores econômicos. O consumo do Governo, grande indutor das atividades econômicas em tempos de crise, recuou em (-4,7%). Os Serviços, que engloba atividades como turismo e eventos, fortemente afetados pela Pandemia, encolheu em (-4,5%). A Indústria teve queda de (-3,5%) acentuando ainda mais o processo de “desindustrialização” da economia brasileira.
E o consumo das famílias? Responsável pela redução do PIB não ser ainda mais acentuada, contraiu (-5.5%). A queda iria ser muito superior caso os legisladores não tivessem proposto e aprovado o auxílio emergencial de R$ 600,00 e, em seguida, o auxílio residual de R$ 300,00. As Famílias e o Governo são agentes econômicos fundamentais para a manutenção do consumo interno.
E não crescemos em nada? Crescemos sim! O setor agropecuário teve um incremento de 2% em 2020, graças a supervalorização das comodities agrícolas no mercado internacional e a estupenda desvalorização do Real em relação ao Dólar americano. Pois é! Parece filme antigo. O agronegócio brasileiro teve ganhos expressivos em 2020 e a sociedade “pagou a fatura” com a moeda maxi desvalorizada e os preços dos alimentos nas alturas. Qualquer semelhança com práticas da “Política do Café com Leite”, de um século atrás, não é mera coincidência. Parece que para o governo atual, EXPORTAR é o que IMPORTA.
Sandro Prado é economista e escreve a Coluna Economia em Foco as Segundas-feiras.