Ensino remoto não é brincadeira

Um dos efeitos da pandemia foi as mudanças na dinâmica de ensino no Brasil. As escolas, adotaram o ensino remoto com o objetivo de minimizar a perda pela falta das aulas presenciais.

Podemos notar que em muitos casos, não tivemos um sucesso escolar, não posso falar como esperado, pois ninguém estava esperando essas mudanças, logo não poderia está esperando resultados abragentementes positivos para o ensino a distância.

Apesar das aulas da rede Estadual e de Escolas particulares já estarem presenciais, ainda estamos vivendo um futuro incerto sem uma data prevista para normalização, como também a qualquer momento pode-se ter medidas restritivas de fechamento de Escolas ou apenas de uma Escola específica.

Então, será que o ensino a distância é o futuro? Será que temos as ferramentas necessárias e que tanto o corpo docente quanto discente estão preparados para vivenciar por mais um ano esse novo modelo de ensino?

Os questionamentos sobre a eficiência e a qualidade dessa nova forma de ensino são inúmeras, sobretudo na educação infantil. Assim como os pais e mães perceberam que para seus filhos menores que estão na educação infantil essa forma de ensino fica ainda mais difícil a mediação do processo de ensino-aprendizagem.

A preparação de uma aula a distância é totalmente diferente do que seria para uma aula presencial. Os professores precisam de uma abordagem diferenciada em sua didática para conseguir obter a atenção diante de tanto outros estímulos que os estudantes podem ter em suas casas.

As universidades não prepararam os professores para essa problemática e tudo que se tem de estudo e formação continuada ofertado pelas secretárias ainda é algo pouco substancial diante do grande desafio que é fazer o aluno aprender e motivá-lo aos estudos apenas pela telinha. No entanto, se serve de conforto, essa realidade é global e isso tem sido algo presente até no Vale do Silício, o maior centro de tecnologia do mundo.

O mais agravante em nosso país é a desigualdade, nessa realidade quem sai perdendo são os jovens que mais precisam, pois já estão em escolas com condições muito deficitárias.

É preciso pensar nessa agenda escolar, no acesso e na infraestrutura que estudantes e professores precisam. Segundo um pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil divulgada em (2019), 58% dos domicílios em nosso país não tem acesso ao computador.; 33% não dispõem de Internet. Em zonas rurais nem mesmo as escolas têm Internet e 43% das escolas reclamam do sinal ou da eficiência da Internet.

É preciso universalizar o acesso à computadores, a todos os estudantes, bem como o acesso à Internet. Hoje temos uma realidade em que a mãe divide seu celular para mais de um filho poderem estudar. Estudar pelo celular não é o ideal, o uso do computador ou notebook torna mais eficiência a atenção executiva e assim uma melhor participação dos estudantes.

Outra forma que pode contribuir de forma significativa para o avanço da tecnologia do ensino é o sinal 5G.

Abordaremos esse assunto em nosso próximo artigo.

Lincoln Morais
(Pedagogo e especialista em Neuropsicopedagogia)