O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta 5ª feira (20.mai.2021) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello “foi muito bem” em seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado. O chefe do Executivo voltou a criticar a atuação do colegiado, que chamou de “circo“, “vexame nacional” e uma “hipocrisia”.
“Pelo que eu fiquei sabendo agora, a informação que chega é que Pazuello foi muito bem. Mas, a CPI continua sendo um vexame nacional. Não querem investigar o desvio de recursos”, disse em transmissão ao vivo nas redes sociais. O ex-ministro concluiu nesta 5ª feira seu depoimento ao colegiado depois de ter sua oitiva suspensa por ter passado mal.
O presidente comentou que a CPI quer “falar sobre aquele negócio que usa para combater a malária”, em referência indireta à cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra a covid. Na transmissão, o presidente voltou a defender o uso do medicamento. O incentivo do governo ao uso do medicamento sem comprovação científica tem sido abordado na CPI, que apura as ações do governo na pandemia.
Na live, presidente repetiu ter tomado o medicamento e chamou de “canalha” quem critica a indicação do remédio sem apresentar outra “alternativa”. Ele evitou dizer o nome do medicamento se referindo a ele como “remédio que ofereci para ema“.
“Não pode falar [o nome do medicamento]. O Brasil é o país da hipocrisia, a começar por essa CPI. Eu tinha vontade de voltar a ser deputado para falar o que penso dessa CPI” disse. “Como presidente da República não pega bem eu falar, em especial do presidente da CPI. Um vexame. Ele foi realmente bem intitulado pelo senador Flávio Bolsonaro na semana passada”, afirmou.
Em seguida, um assessor não identificado corrigiu o presidente dizendo que se referia ao relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e não ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). “Relator, isso”, disse o Bolsonaro concordando. No dia 12 de maio, Flávio Bolsonaro chamou Renan Calheiros de “vagabundo”, fala depois repetida por Bolsonaro.