Bolsonaro afirma que só passa a faixa presidencial com voto impresso e acusa o STF de articular rejeição ao pleito

Na noite desta quinta-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro afirmou em sua live nas redes sociais que, caso seja derrotado nas eleições de 2022, só irá entregar a faixa presidencial se o candidato eleito tiver vencido a disputa de “forma limpa”, em mais uma referência ao voto impresso.

O presidente espera que a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) sobre o voto impresso seja aprovada no Congresso Nacional e que seja aplicada no próximo pleito. “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não”, disse Bolsonaro.

Para o chefe do Planalto, o voto com urnas eletrônicas permite fraude. “Não vou admitir um sistema fraudável de eleições e eu não quero problemas nem dezenas de milhões de brasileiros que vão às urnas no ano que vem. Eu estou apresentando uma maneira de não termos como desconfiar dos resultados finais das eleições.”, declarou. O presidente, no entanto, não citou casos em que as urnas eletrônicas apresentaram falhas na checagem dos números.

Na porta do Palácio do Alvorada, mais cedo, Bolsonaro disse que “três ministros” do Supremo Tribunal Federal (STF) estariam empenhados em ‘barrar’ a impressão do voto. De acordo com o presidente, caso o voto impresso não seja implementado no pleito de 2022, “eles (os ministros) vão ter que apresentar uma maneira de ter eleições limpas”.

Procurado por meio de sua assessoria, o Supremo informou que não vai comentar as declarações de Bolsonaro.

Durante a conversa com seus apoiadores, Bolsonaro também citou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Então nós queremos eleições limpas no ano que vem, porque tiraram o Lula da cadeia, tornaram ele elegível para ser presidente na fraude. Isso não vai acontecer”, ressaltou.

Sobre o “super pedido” de impeachment, o presidente reagiu com risadas e classificou o grupo que assinou o documento como “pessoas que não tem o que fazer” e afirmou que a maioria do Parlamento não é assim e está, na verdade, sintonizada com seu governo.