Ex-presidente Lula diz que “muita coisa terá que ser revisada” quando ele voltar e faz críticas ao governo atual

Nesta terça-feira (06), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista à Rádio Salvador, que “muita coisa” terá que ser revisada caso ele volte a ser presidente do Brasil.

“Se o governo não sabe administrar, por que é governo? Ninguém precisa de governo para vender as coisas públicas que foram construídas com esforço do povo brasileiro. Muita coisa terá que ser revisada quando a gente voltar ao governo.”, afirmou Lula.

O ex-presidente afirmou ser contra as privatizações que estão sendo realizadas pelo governo atual, como a da Eletrobras e a dos Correios, e também criticou a situação do emprego no país. Lula mencionou o recorde no desemprego e a diminuição do emprego formal na população.

Lula declarou que o teto de gastos é desnecessário se há um presidente com compromisso e plano estratégico para governar. “O teto de gastos é uma questão de responsabilidade. Você não pode ter um teto de gastos e deixar o povo passando fome para atender aos interesses dos credores do sistema financeiro“, disse.

Lula afirmou ainda que governou com responsabilidade econômica por 8 anos. Disse que, em um eventual novo governo, não haveria o teto de gastos. O ex-presidente já havia afirmado que, se eleito, irá acabar com o mecanismo.

Sobre a campanha para as eleições de 2022, Lula também comentou que ele não é o candidato do PT para a disputa à Presidência ainda. “Quando chegar o momento certo, vamos discutir campanha eleitoral. Aí é outra história“, disse o ex-presidente.

O petista também comentou sobre a estratégia de Ciro Gomes (PDT) para a eleição. “Eu acho que ele comete um equívoco. Ele é inteligente, ele é um homem preparado e ele ataca quem ele quiser“, disse o ex-presidente sobre ser o alvo do pedetista. “Eu não vou responder ao Ciro, porque acho que cada um faz a política que entende que seja perfeita para ele. Minha política não é falar mal do meu adversário. Minha política é tentar mostrar que Bolsonaro é um desserviço ao país.”

Ainda sobre a campanha, Lula disse que considera que o chamado Centrão não vai se comportar da mesma forma que atua no Congresso Nacional. O ex-presidente considera que quando a campanha eleitoral começar, cada um terá o seu interesse partidário, regional e as suas alianças.

Lula ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O atual presidente conta mais de 4 mentiras por dia. Ele vive disso e não de governar.”, disse.

Sobre a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, Lula também afirmou que caso a corrupção relacionada à compra de vacinas contra a covid-19 seja provada, “é preciso interditar a governança de Bolsonaro“.

“Na hora que você provar que tem a corrupção, é preciso interditar a governança de Bolsonaro. Eu não sei se é através da Suprema Corte, se é através do Congresso Nacional, com o impeachment“, disse o petista. “Mas é evidente que teve muita falcatrua nessa questão da vacina.”

Lula também afirmou que a suposta corrupção no Ministério da Saúde só pode ter acontecido com o aval de Bolsonaro. “Se for provada a corrupção, como tem acontecido, obviamente que tem a orientação do presidente da República, porque o Ministério da Saúde não tomaria a decisão sem consultar a Presidência“.

O ex-presidente voltou a elogiar os trabalhos da CPI. Ele afirmou que descobrir que pessoas morreram esperando vacina para que outras pudessem lucrar é “deprimente“, mas que o colegiado “está no caminho certo“.

Com informações do Poder 360

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