País mantém recorde em desemprego no trimestre até abril

De acordo com dados divulgados pelo IBGE, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), a taxa de desemprego no Brasil permanece em 14,7% no primeiro trimestre de 2021 e se manteve em patamar recorde de 14,8 milhões de brasileiros desempregados, aumentando a pressão sobre o mercado de trabalho.

Em comparação ao ano passado, no mesmo período, a taxa era menor, de 12,6%.  O número de desocupados aumentou 15,2%, ou seja 1,9 milhão de pessoas, na comparação anual e 3,4% na comparação com o trimestre encerrado em janeiro.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a taxa da população empregada (89 milhões de pessoas) mostrou estabilidade, mas ficou 3,7% abaixo do número que o país registrou nos primeiros meses do ano passado. Ela destacou que o mercado de trabalho brasileiro vem apresentando redução de perdas a cada trimestre desde o auge da pandemia, mas que no geral o país tem menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia.  “O cenário foi de estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho. A questão é se a geração será suficiente para atender a essa demanda.”, avaliou.

Beringuy afirma que o nível de ocupação continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

Entre as categorias profissionais, somente o número de trabalhadores autônomos cresceu em 3 meses, a taxa foi de 2,3%, totalizando 24,0 milhões. “Essa forma de inserção no mercado tem um contingente mais elevado agora do que em abril de 2020 [mais 661 mil pessoas] na comparação anual. Observamos uma reação maior no trabalho por conta própria do que no emprego com carteira no setor privado”, pontuou.

O total de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável em 29,6 milhões no trimestre. Na comparação anual, porém, houve uma redução de 8,1% ou menos 2,6 milhões de pessoas. Os trabalhadores sem carteira também ficaram estáveis (9,8 milhões). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, o número é 3,7% menor (menos 374 mil pessoas).

Também se destacou na pesquisa ao aumento no total de pessoas desocupadas e subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. Esse contingente atingiu 33,3 milhões no período, um aumento de 2,7% com mais 872 mil pessoas. A taxa de 29,7% também foi recorde.  “Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que aquelas habitualmente trabalhadas”, explica Adriana.

O total daqueles que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado somaram 6,0 milhões de pessoas, permanecendo no maior nível da série.

 

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