Completando 60 dias de governo hoje, a gestão Keko do Armazém (PL), denunciou como encontrou a Agricultura da gestão Lula Cabral. Um dos casos mais graves, segundo a nova gestão, envolve os equipamentos da pasta responsável pela agricultura. Levantamento feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município conseguiu identificar, nesses 60 dias de gestão, que o descaso e o abandono foram a herança deixada por Lula Cabral na Secretaria de Desenvolvimento Rural do município.
Ruim para as quase duas mil famílias que vivem da terra no Cabo. Ficaram sem assistência técnica ou financiamentos para produzir e vender suas frutas e legumes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 60% dos produtores individuais do município não chegaram ao ensino médio, mostrando que uma atuação mais próxima do poder público municipal poderia ajudar a melhorar a qualidade de vida e produção dessas pessoas.
Auxílio, no entanto, os pequenos produtores não puderam encontrar. Nem poderiam. Os equipamentos da Secretaria de Desenvolvimento Rural que deveriam estar a serviço da população rural estão sucateados, sem manutenção adequada, com peças faltando, enferrujados e quebrados, diz a nova gestão.
Apetrechos rurais como arados foram encontrados em situação de total abandono. Veículos fundamentais para a produção rural, como os tratores, foram encontrados totalmente deteriorados, com peças faltando e muitas delas amarradas por cordas.
O levantamento realizado pela atual administração descobriu que um caminhão boiadeiro foi deixado sem a bateria de alimentação de energia e que os pneus novos que foram comprados para ele também sumiram. No lugar, pneus velhos e totalmente desgastados.
Para o governo Keko, a situação de descaso não atingiu apenas os equipamentos que poderiam estar à disposição da população rural. Os próprios servidores da pasta sentem na pele o que representa a falta de compromisso público. A situação da sede da Secretaria é tão precária que os funcionários correm, até mesmo, risco de vida ao adentrar em seus locais de trabalho.
O relatório produzido pelos técnicos do município sobre a situação de abandono das instalações físicas da secretaria resume bem o quadro. “Encontramos a estrutura física em situação precária, com matos, mofo e lodo na área de circulação dos funcionários. O ambiente não oferece o mínimo de condições necessárias de trabalho para o desempenho das funções. As paredes encontram-se com várias fissuras, buracos, inclusive no teto, correndo o risco de desabamento. A instalação elétrica encontra-se exposta e de forma irregular, colocando em risco a vida dos que ali estão.”, diz o relatório apresentado pela secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Sem placa de identificação e totalmente degradada, a entrada do prédio da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Cabo de Santo Agostinho mais parecia uma casa abandonada há décadas. Não por acaso, o terreno do órgão oficial passou a servir de estacionamento para carros que pernoitam no local.
“Diante do exposto, os funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Rural estão desmotivados por causa da situação do local e das condições precárias de trabalho”, resume o relatório.