Simone Tebet, no lugar que merecia ?

Por Elias Gomes

O Brasil inteiro acompanhou a movimentação da senadora Simone Tebet – MDB, que teve um notável desempenho como candidata à presidência da república, sendo a terceira colocada, sem o devido apoio partidário e com pouco tempo de pré-campanha, para que pudesse se tornar mais conhecida pela população brasileira.

No segundo turno, apesar das divergências com o PT, ela não titubeou e soube se posicionar de forma enfática contra a ameaça representada pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazer uma enfática defesa da democracia. Simone assumiu o apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, como se fosse a dela e viajou pelo país, em especial em áreas mais adversas ao presidente eleito e falou para o país, atraindo apoio de eleitores do centro, que foram decisivos para a vitória de Lula. Ela merecia está dentre os escolhidos para os principais ministérios do governo que tomará posse daqui a poucos dias. Ocorre que a velha disputa de espaços, levou Lula a ceder às pressões e no máximo lhe entregar um ministério burocrático, o Planejamento, integrante da área econômica, que não é o seu forte. O que fará Tebet à frente de um ministério que cuidará do orçamento e não terá os bancos públicos e ele vinculado? Certamente ela não será uma voz tão influente na política econômica, como seriam os nomes anteriormente cogitados como Pérsio Arida ou André Lara Resende, pelos seus históricos e conhecimentos na área econômica.

Pois bem, qual será o papel que faria a senadora ser destaque no governo federal e deixar um legado para o país? Como sabemos o Brasil carece de um Projeto de Nação, um pacto nacional visando construir o país que precisamos para as próximas 3 a 5 décadas, e isto somente será possível com a formulação de um Projeto Nacional que envolva todos os setores, segmentos e regiões em um país continental, que poderia ter os eixos da sustentabilidade e as novas fronteiras da economia, educação, da ciência e da mobilidade como linhas mestras desse redesenho do Brasil, esse gigante de dimensão continental e que exige um Plano Nacional amplamente negociado e articulado com os mais variados interesses de nação e o seu posicionamento no contexto global.

No meu modesto modo de ver, esse seria o principal feito da futura ministra, ou ao contrário, lhe restaria uma passagem por um ministério que faria mais do mesmo de sempre.

Elias Gomes, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão, ex Secretário de Justiça de PE e Administrador de Fernando de Noronha