Por Nely Brandão
Que os “tempos” são outros disso não temos dúvida, atualmente o perfil do cidadão é de questionar e atuar como fiscal de recursos públicos, indagações como: “Onde foi investido o dinheiro recebido para o combate à COVID- 19? Qual é mesmo o protocolo de vacinação? Quantas pessoas foram vacinadas? Quem foi vacinado? Cadê a estrutura dos hospitais de campanha do ano passado?”, estão sempre pairando nos meios de comunicação e principalmente nas redes sociais.
Caso esses questionamentos passem por sua cabeça saiba que você não está só! Uma pesquisa realizada em 2018 revelou que 95% dos entrevistados não acham os políticos transparentes, 94% acreditam que os gestores não pensam na população para tomar as decisões de governo.
Uma coisa é certa, apesar da Lei da Transparência em vigor, os dados disponibilizados para população não são apresentados de forma tão simples, o que dificulta o controle social e faz com que aumente a desconfiança do povo com a classe política. Alguns portais municipais são excelentes em navegabilidade e quanto a facilidade para encontrar as informações financeiras. Porém, nesses últimos dias, acessando alguns portais de prefeituras e de câmaras de vereadores, verificamos que o ano de 2021 não começou para alguns deles, pois não existe dados do ano atual. Em muitos portais de órgãos públicos não foram inseridas as informações quanto as ações desenvolvidas no combate a COVID-19.
A gestão pública tem muito o que avançar quando o quesito é a TRANSPARÊNCIA, ou melhor, COMUNICAÇÃO com o cidadão, que para ser efetiva deve transpassar a fronteira de apenas disponibilizar as informações contábeis, o esforço do gestor deve ser em buscar simplificar as informações apresentadas para que a população possa entender para onde vai o dinheiro público. Para o cidadão obter uma informação no orçamento público é necessário um especialista na área! Enquanto a gestão pública não mudar a forma de se comunicar com a população, buscando ser mais transparente, a confiança quanto aos representantes eleitos e toda classe política vai continuar na casa dos 6%.
Nely Brandão é advogada e escreve sobre Gestão Pública no Blog