Sócios de empresa que compõe FIB Bank ‘realizaram’ movimentações financeiras depois de mortos

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado, nesta quarta-feira (25) o diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Junior, admitiu que apesar do nome, a empresa não é um banco, mas sim uma sociedade anônima que presta garantias pessoais. A companhia teve o nome envolvido nas investigações sobre a compra da vacina Covaxin pela Precisa Medicamentos. Na semana passada, a comissão aprovou a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático do FIB Bank.

A CPI suspeita que, na verdade, a empresa seja uma companhia de “prateleira” e cercada de fraudes. O diretor do FIB Bank confirmou que a empresa foi comprada de duas pessoas chamadas Alexandre e Geraldo ao ser questionado pelos senadores. Empresas de “prateleira” são empreendimentos que já existem sendo compradas por quem não quer lidar com a burocracia de abrir sua própria companhia.

Roberto Ramos disse à Comissão que o capital da empresa gira em torno de R$ 7,5 bilhões integrado a partir de dois imóveis, um em São Paulo e outro no Paraná. O maior desses terrenos estaria em nome de uma das empresas sócias do FIB Bank, a MB Guassu. Essa é empresa que deveria pagar pelos custos do terreno de R$ 7,3 bilhões, cujos pagamentos não constam como feitos pelo FIB Bank. Randolfe Rodrigues, entretanto, mostrou que as pessoas relacionadas como donas da MB Guassu estão mortas. Sebastião Fernandes de Lima morreu em 21 de agosto de 2017 e Francisco Valderi Fernandes de Lima morreu em 10 de agosto de 2020.

“O problema não é eles estarem mortos, faz parte da vida morrer. O problema é que eles fizeram movimentações junto à FIB Bank no dia 13 de agosto de 2021”, citou Randolfe.

O senador apresentou um documento de movimentação junto ao FIB Bank datada de 3 de agosto de 2021, depois da morte de seus donos, e questionou o depoente. Ramos usou decisão em seu favor da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, de que ele poderia ficar em silêncio em perguntas que o incriminassem. Os senadores interpretaram o silêncio como uma confissão de que havia algo de errado com a operação do FIB Bank e da Guassu.