Só a vacina garante a volta às aulas presenciais de forma segura?

Por Lincoln Morais

É debatido entre os profissionais da educação que não é suficiente apenas a vacina para um retorno às aulas. Retomar as aulas presencial é uma demanda emergente e uma das mais esperadas por todos, mas ainda há muita divergência no que se refere a um retorno com segurança.

A vacinação dos professores é o primeiro passo, todavia há de se ponderar, claro que vai aparecer diversas pessoas não ligadas a educação para falar que tem que voltar as aulas mesmo. Hoje, vivenciamos esse modo, onde pessoas não técnicas falam com “propriedade” sobre tais assuntos, bem como as pessoas que estudaram são “descredibilizadas” em vários momentos.

Para que os professores se sintam seguros ao retorno é preciso que toda comunidade escolar esteja vacinada. Por mais que o professor esteja imunizado, isso não tornará a escola um lugar seguro para os alunos e os pais que se relacionam com as crianças, como também não torna um ambiente familiar do professor seguro, o vírus poderá chegar a casa de qualquer um, bem como poderá se manifestar em toda escola.

Especialistas indicam que o retorno vai muito mais além da vacinação, vacinação apenas do professores, por si só não garante retorno seguro, tendo em vista que precisa-se ampliar ainda mais a vacinação para população de maneira geral, como garantir os investimentos na estrutura física das escolas, na higiene, na limpeza, manutenção, quantidade de funcionários para auxiliar os comportamentos e a convivência,  como adequar quantidade de professores para termos turmas pequenas, ou você acha que uma sala com mais de 50 alunos, quente e abafada será um local seguro?

O retorno presencial será de forma gradual e de forma híbrida, onde não será obrigatório a família que não se sentir segura a mandar seu filho. O MEC precisa mostrar serviço, tanto nos investimentos como normatizar documentos que norteiem adequações estruturais na escolas para o retorno. Como é necessário haver a descentralização por regiões onde os indicadores epidemiológicos estejam mais críticos.

O retorno às aulas é um grande anseio da sociedade e sobretudo do professor, não existe ator mais interessado na volta às aulas do que o próprio professor, que hoje trabalha intermitentemente no modelo virtual, com mais de 20 grupos em WhatsApp, mensagens a toda hora e mesmo assim superando as dificuldades, os professores na realidade são os principais investidores da  educação, se não fossem eles a educação no Brasil teria parado.

Lincoln Morais é Pedagogo e Especialista em Neuropsicopedagogia.