De acordo com o deputado estadual Romero Albuquerque (PP), médicos-veterinários que trabalham em estabelecimentos de saúde animal estão tendo seu direito à vacinação negado. O próprio parlamentar explica o motivo: o Ministério da Saúde enviou, em março deste ano, um ofício aos secretários estaduais da Saúde pedindo a exclusão dos trabalhadores da lista de profissionais no grupo prioritário para a vacinação. O problema, segundo conta, é que estes médicos estão sendo barrados na hora de receber o imunizante. Os casos acontecem em todo o país.
No Recife, a vereadora Andreza Romero (PP) afirma que os “profissionais têm ido aos postos de vacinação esperando ser imunizados e, somente quando chegam aos locais, são informados de que não poderão ser vacinados. Saem expostos, frustrados e constrangidos”.
Em março, Andreza apresentou na Câmara Municipal um requerimento pedindo que funcionários de hospitais e clínicas veterinárias fossem imunizados. A indicação foi aprovada, mas uma recomendação conjunta do Ministério Público de Pernambuco, Ministério Público Federal, e o do Trabalho, junto à Defensoria Pública do Estado e a da União orientou o governo municipal a seguir o calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde.
Veterinários convocados pelo programa “O Brasil conta comigo”, que recrutava profissionais da Saúde para o preenchimento de vagas nos hospitais de campanha, estão sendo vacinados. “Os veterinários atuam em diversas frentes e colaboram, sobretudo, para que outras zoonoses não atinjam os humanos. Não dá para excluir parte da categoria e resumir a gama desses profissionais, que nos ajudam a construir a visão de uma saúde coletiva”, Romero enfatizou.
O deputado enviou ao Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco um ofício solicitando o levantamento do número de profissionais registrados no estado que estão na ativa e dos que, por outras circunstâncias, já tenham sido vacinados. Romero fez o mesmo pedido, mas em relação aos veterinários domiciliados e que trabalham no Recife.
Um outro ofício foi enviado ao Ministério da Saúde, pedindo que os veterinários que atuam em estabelecimentos de saúde animal sejam incluídos no grupo de prioridades, seguindo o direito de profissionais de saúde reconhecido no disposto na resolução nº 287, de 8 de outubro de 1998.
Albuquerque ainda frisou que a discussão sobre veterinários não atenderem humanos e, por isso, não fazerem parte dos grupos de risco é leiga e discriminatória. “A escassez de vacina é culpa do próprio Ministério, e não é justo culpabilizar uma categoria. A visão de que o veterinário, seus assistentes e pessoas que trabalham nos setores desses estabelecimentos cuidam ou lidam apenas com o animal é ultrapassada. Afirmar isto é desconhecer a realidade do dia a dia de hospitais e clínicas veterinárias de todo o país”, disse.