Nesta terça-feira (3), o reverendo Amilton Gomes de Paula chorou durante o depoimento prestado à CPI da Covid. Na sessão que marcou o retorno dos trabalhos após o recesso parlamentar, o representante da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que estaria envolvido nas negociações da Davati Medical Supply com o Ministério da Saúde por vacinas da AstraZeneca, a princípio negou ter conhecimento prévio de autoridades da pasta e que conseguiu agenda para fazer oferta por e-mail.
Mesmo tendo indícios explícitos, Amilton continuou negando que tivesse esse tipo de acesso, entretanto, ele era apontado como quem abriu as portas da Saúde para os vendedores da Davati.
Pouco antes da confissão, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que o policial militar Luiz Paulo Dominghetti e o representante da Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho, “parecem trambiqueiros” e questionou se o reverendo se arrependia de algo.
Foi neste momento que Amilton de Paula afirmou que “o maior erro foi abrir a porta da minha casa num momento que eu estava sofrendo a perda de um ente querido da família e eu queria vacina para o Brasil”. “Eu tenho culpa, sim”, confessou e pediu perdão ao país.
“Hoje de madrugada antes de vir para cá eu dobrei meus joelhos, orei, e peço desculpa ao Brasil, porque o erro que eu cometi não agradou primeiramente os olhos de Deus”, disse.
“Vendi meu carro, tudo que eu tinha para dar para a igreja. E esse erro que eu cometi, se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria. Peço perdão para os senadores e se eu puder fazer algo para melhorar a vida de alguém… estou aqui para contribuir com o Brasil sempre”, concluiu.