Não é o fim da era offline para os governos

Por Nely Brandão

Em 2020 nossa rotina mudou, com o lockdown apenas o essencial permanece aberto e de uma hora para outra percebemos que conseguimos resolver muita coisa sem sair de casa, fomos nos reinventando, afinal achávamos que em 90 dias as coisas iriam se reorganizar, cá estamos nós, um ano e meio depois e as aulas permanecem suspensas.


Mas o lockdown com o fique em casa, não fez com que deixássemos de ter necessidades como acesso à saúde, educação, trabalho e claro comida no prato. Nossas prioridades mudaram e a forma como enxergamos e nos relacionamos com as entidades públicas também. A pandemia obrigou todos os entes governamentais a colocar em prática o governo digital, que visa menos burocracia e que traz uma nova forma da participação do cidadão. Segundo dados da Agência Brasil, a população brasileira está cada vez mais conectada, 74% dos brasileiros acessaram a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses, porém outros 26% continuam desconectados. Em relação ao dispositivo, os smartphones e outros aparelhos móveis são as ferramentas mais comuns para se conectar (99%).


Os dados acima mostram que o governo deve possibilitar aos cidadãos o acesso aos serviços públicos por meio digital, mas continuar garantindo acesso presencial, afinal nem todos tem acesso à internet e estes em sua grande maioria são os mais vulneráveis. Daí fica claro a necessidade de que o poder público deve se comunicar através de uma linguagem clara e compreensível a qualquer cidadão colocando em prática uma democracia participativa moderna, priorizando viabilizar o acesso por meio de aparelhos móveis. Os municípios devem buscar alternativas que envolvam os membros da comunidade, tanto online quanto offline garantindo assim o aumento da eficiência pública dos serviços prestados a comunidade, rumo ao novo normal!

Nely Brandão é advogada e Consultora em Gestão Pública