“Greve de policiais civis é mais uma consequência da falta de diálogo com o Executivo”, diz deputado

“Dentro do contexto da falta de segurança e da fraqueza de ações efetivas no estado para combatê-la, a greve da Polícia Civil em pleno carnaval é uma tragédia anunciada”. A fala é do deputado estadual Romero Albuquerque, que voltou a criticar a situação da pasta no governo. Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) relataram que em janeiro deste ano Pernambuco registrou 359 assassinatos, sendo esse o pior resultado desde março de 2020. O aumento corresponde a 24,22% mais mortes violentas, quando comparado ao mesmo período do ano passado, que teve 289 assassinatos.

Somente a região Metropolitana do Recife chegou à marca de 198 mortes violentas intencionais, um número 73,68% maior em relação ao mesmo periodo de 2023, o qual registrou 114 casos. “Isso só demonstra que a falta de diálogo, tão criticada pela Assembleia Legislativa, acontece em várias áreas e, especificamente na segurança, vem sendo gritante”, disse Romero, e completou: “O próprio Plano Juntos pela Segurança foi apresentado com atraso. A população não pode mais esperar. É para já que o Estado precisa aumentar a capacidade de apuração dos homicidios e diminuir o grau de impunidade, e o trabalho dos policiais civis é fundamental, tem que ser uma prioridade. O Sindicato dos Policais Civis alega que trabalha com um efetivo de 5 mil homens, quando precisa de 11 mil. Reclamam da falta de valorização, das más condições das delegacias, desse efetivo deficiente. Com o carnaval às portas, o governo quer conversar no dia 28? E aí, como fica a população?”, questiona. Ainda às vésperas do carnaval, no último domingo, ao menos sete presos fugiram do do Centro de Saúde Penitenciário (CSP), unidade voltada aos que têm problemas mentais ou aguardam por exames psiquiátricos, em Abreu e Lima, no Grande Recife.

O Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco chegou a confirmar a fuga. A penitenciária conta com cerca de 160 presos, mas na ocasião havia somente seis policiais penais de plantão. A entidade disse que no momento do ocorrido, todas as guaritas estavam desativadas, sem a presença de policiais militares. Ainda segundo o relato, apesar das últimas nomeações, ainda não houve aumento do efetivo. Em um trecho da nota oficial publicada pelo sindicato, o órgão disse que “O problema de desativação de guaritas vem sendo denunciado por nós, pois cerca de 60% estão desativadas em todas unidades prisionais do Estado. A responsabilidade da guarda externa nas muralhas está sendo realizada pela Policia Militar de Pernambuco, mesmo não fazendo parte das suas atribuições, violando atualmente a Constituição Federal e Estadual.”