Roberto Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde, foi oficialmente exonerado do cargo do governo na noite de terça-feira (29). A decisão é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e publicada no “Diário Oficial da União” na manhã desta quarta-feira (30).
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou que o diretor teria pedido propina de US$ 1 por dose de vacina para a empresa fechar contrato com o Ministério da Saúde. Segundo ele, a Davati procurou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca, com uma proposta inicial de US$ 3,5 por cada uma.
Segundo o relato de Dominguetti, o pedido foi feito durante um jantar em 25 de fevereiro, em um restaurante em Brasília, no qual o diretor do Ministério da Saúde teria afirmado que “para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo”.
“Eu falei que nós tínhamos a vacina, que a empresa era uma empresa forte, a Davati. E aí ele falou: ‘Olha, para trabalhar dentro do ministério, tem que compor com o grupo’. E eu falei: ‘Mas como compor com o grupo? Que composição que seria essa?’”, contou.
Após os questionamentos, o representante da empresa disse ter respondido a Dias que a empresa não trabalha dessa forma.
”Aí eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”, disse.
Para o senador Omar Aziz, a denúncia é forte e, em rede social, informa que pretende convocar Dominguetti Pereira para depor na CPI da Covid na próxima sexta-feira, dia 02 de julho.