Na próxima segunda-feira (22), acontece, no Fórum Humberto da Costa Soares, às 9h, o julgamento do assassino de Eudina de Oliveira Sobral, vítima do crime de feminicídio, no dia 7 de março, de 2019, no Centro do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR).
Eudina era uma comerciante muito conhecida e foi encontrada morta pelo próprio filho dentro de sua residência. Segundo informações, na época o suspeito de cometer o crime era companheiro da vítima, que vivia um relacionamento abusivo há 17 anos. Ele matou a comerciante com diversas facadas, e ainda simulou que o fato ocorrido teria sido um assalto.
O réu passou 5 anos preso, mas não foi à júri popular, porque a Justiça alegou que não tinha provas suficientes na faca que ele usou para matar a vítima. Ele foi solto no dia 8 de março, mas o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou novas perícias e finalmente o júri foi marcado.
“Venho lutando por justiça pela minha mãe, que foi assassinada da maneira mais brutal possível na madrugada do dia 7 de março de 2019. Ela foi espancada, esfaqueada e estrangulada pelas próprias mãos do assassino com quem ela tinha um relacionamento de anos. É impossível descrever a dor e o horror que foi ver o corpo da minha mãe todo mutilado e deformado dessa maneira. É um trauma que nunca vamos superar”, desabafou a filha enlutada.
A coordenadora do Centro das Mulheres do Cabo (CMC), Izabel Santos, afirmou que estará presente no julgamento cobrando justiça por Eudina Sobral, junto com a equipe da instituição feminista que atua há 40 anos no município em defesa e dos direitos das meninas e mulheres. “Iremos cobrar justiça pela morte de Eudina que chocou o município do Cabo. É um absurdo e estarrecedor esse assassino estar solto, mas acreditamos que ele vai ser julgado e pagar pelo crime que atenta contra a vida de todas nós, pois o feminicídio é o crime mais cruel contra as mulheres”, pontuou a feminista.
O Cabo já registrou este ano, 17 assassinatos contra mulheres, de janeiro a junho, sendo 2 casos tipificados como crime de feminicídio. Ano passado, a cidade registrou 12 mortes de mulheres, configurando 4 casos de feminicídio.