A projeção da inflação no Brasil continua aumentando e, pela 23ª semana consecutiva, subiu de 7,58% para 8%, de acordo com a estimativa do mercado financeiro. Ao mesmo tempo, reduziu a previsão de crescimento da economia. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13), no Boletim Focus do Banco Central.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016. Para 2022, o mercado estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seja de 4,03%. No último boletim, o índice fechou em 3,98%. Foi a oitava alta seguida no indicador. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
Já a projeção do crescimento econômico brasileiro é de queda. As estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) caíram de 5,15% para 5,04%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Para 2022, o mercado baixou a previsão de alta do PIB de 1,93% para 1,72%.
Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o “barulho político” dos últimos dias, resultado do discurso de caráter golpista do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de 7 de Setembro, poderia afetar o ritmo de crescimento da economia brasileira, gerando uma desaceleração.
Sobre as projeções para a taxa básica de juros, a Selic, subiram de 7,63% para 8% ao ano. Para o dólar, o mercado espera que fique em R$ 5,20 no fim de 2021.
Em março, na primeira elevação em quase seis anos, a taxa básica da economia foi aumentada pelo BC para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom elevou o juro para 3,5% ao ano e, em junho, a taxa avançou para 4,25% ao ano. Na semana passada, a taxa subiu para 5,25% ao ano.
Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa para a taxa Selic de 7,75% para 8% ao ano, o que pressupõe estabilidade do juro básico da economia no ano que vem.