Brasil soma 14,4 milhões de desempregados e taxa de desocupação de 14,1%, diz IBGE

O número de desempregados no Brasil somou 14,4 milhões no trimestre encerrado em junho, o maior contingente desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira (31), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupação do trimestre de abril a junho de 2021 recuou 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre de janeiro a março de 2021, quando estava em 14,7% e subiu 0,8 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020, quando era de 13,3%.

Mesmo assim, segundo o IBGE, a taxa de desocupação ficou estável em 14,4% em relação ao trimestre anterior (14,1%), mas apresentou alta de 2,7 pontos percentuais na comparação com igual trimestre do ano passado, quando foi estimada em 11,6%.

De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, embora haja a estabilidade na taxa de ocupação, já é possível notar uma pressão maior com 14,4 milhões de pessoas procurando trabalho. A pesquisadora destacou que não houve, nesse trimestre, geração significativa de postos de trabalho, o que também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação.
“O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal, reforçando movimentos que já vimos em outras divulgações – a importância do trabalhador por conta própria para a manutenção da ocupação”, disse Adriana, em nota.

A população ocupada somou 87,8 milhões de pessoas, 2,1 milhões a mais que o trimestre anterior, uma alta de 2,5%. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, são 4,4 milhões de pessoas a mais. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 49,6%, cresceu 1,2 p.p. frente ao trimestre móvel anterior (48,4%) e 1,6 ponto percentual ante igual trimestre de 2020 (47,9%). A população subutilizada (32,2 milhões de pessoas) diminuiu 3,0% (menos 993 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (33,2 milhões) e ficou estável na comparação anual (31,9 milhões).

O número de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas foi de 7,5 milhões de pessoas, recorde da série histórica. A quantidade representa alta de 7,3% frente ao trimestre anterior, com 511 mil pessoas a mais, e de 34,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020, com 1,9 milhão de pessoas a mais. São 74,9 milhões de pessoas fora da força de trabalho, queda de 2,1% (menos 1,6 milhão de pessoas) na comparação com o trimestre anterior e de 3,7% (menos 2,9 milhões de pessoas) na comparação anual.

Já aqueles que desistiram de procurar empregos somam 5,6 milhões de pessoas. O número representa uma queda de 6,5% em relação trimestre anterior (menos 388 mil pessoas) e ficou estável no ano. O número de trabalhadores por conta própria (24,8 milhões de pessoas) é recorde da série histórica, com altas de 4,2% (mais 1,0 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e 14,7% (3,2 milhões de pessoas) na comparação anual.