Bora almoçar fora?

Por: Sandro Prado

Em tempos de pandemia de Covid-19, com mais de 400.000 mortes registradas no Brasil, toda precaução é pouca para se alimentar fora de casa. Os estabelecimentos comerciais que operam no ramo de alimentação, precisam ter cuidados redobrados com a higienização das suas instalações, máquinas e equipamentos e utilizar boas práticas nos processos de produção, processamento, estoque e distribuição de alimentos servidos aos clientes, fazerem mudanças de layout no salão para garantir o distanciamento entre as mesas e terem atenção especial com a ventilação dos ambientes.

Claro que todo o zelo tomado pelos proprietários e trabalhadores de bares, restaurantes e lanchonetes de nada adiantará se, as pessoas que frequentam estes espaços, não tomarem todos os cuidados com a higiene pessoal e o distanciamento social. Somente desta forma minimizam a probabilidade de se contaminarem já que, no momento da ingestão de alimentos e bebidas, os comensais não usam máscara.

Não bastasse o temor de muitos clientes em frequentar os estabelecimentos no horário do almoço, o susto maior vem na hora de dar a famosa “olhadinha no cardápio”. Os preços pipocaram! Porque os preços aumentaram se a demanda diminuiu? A explicação não se resume a um único componente, vamos a eles: os custos com a aquisição dos principais insumos que compõem o famoso Prato Feito (PF), rebatizado de Prato Executivo em alguns locais para ficar mais sofisticado, como: arroz, feijão, carne, ovo, batata frita e salada, tiveram um reajuste médio em seus preços de 23%, nos últimos 12 meses (IPC/FGV).

E não para por ai! O custo com o aluguel do imóvel comercial, com reajuste anual em março de 2021, teve um incremento de 31,1% (IGPM-/FGV), a famosa inflação do aluguel está lá nas alturas e o empresário que não conseguiu uma boa negociação com o locador, entrou em uma fria! E o gás de cozinha? Como sabemos ele é essencial para o preparo dos alimentos e, só neste ano, teve 4 reajustes no preço. A dona de casa sabe muito bem do que estou falando!
Para completar nossos exemplos de aumento nos custos fixos e variáveis foi aprovado no dia 29 de abril, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o reajuste de 11,89% no preço da energia elétrica para os estabelecimentos comerciais de Pernambuco, classificados na faixa de alta tensão. Não são poucos os itens que fazem com que a conta de energia dos restaurantes seja bastante onerosa.

Diante de tantos aumentos nos custos de produção só resta aos proprietários repassar, ao menos uma parte destes valores, ao consumidor final. Por isto que os cardápios estão bastante modificados, sendo a principal e por vezes única alteração, o reajuste nos preços. E ai! Bora almoçar fora?

Sandro Prado é economista e consultor