Nesta segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou acreditar que a PEC do voto impresso não será aprovada pela Câmara e cogita não participar das Eleições 2022.
O chefe do executivo se mostrou desanimado ao falar sobre o assunto. “Eu não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá. A gente faz o possível. vamos ver como é que fica aí”, alegou o presidente em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi transmitida por um site bolsonarista.
O presidente defende a adoção de um sistema de voto impresso nas eleições do ano que vem, sob o argumento que as urnas eletrônicas seriam passíveis de fraude. Nunca houve provas para embasar a acusação. Bolsonaro afirma ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), “de forma secreta” e “pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível”, disse.
Na realidade, todas as fases da votação, segundo o TSE, são auditáveis e podem ser acompanhadas por integrantes dos partidos políticos do país. De acordo com críticos, esse discurso pode abrir brecha para o presidente contestar o resultado das eleições, caso não seja reeleito.
“Olha, eu entrego a faixa para qualquer um se eu disputar eleição…”, deixou no ar Bolsonaro. “Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…”, completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a mudança.
A declaração é um recuo em relação ao que disse no dia 9 de julho, quando declarou que, se não houvesse a impressão dos votos, poderia não haver eleição no próximo ano.
De acordo com Bolsonaro, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, interferiu no Poder Legislativo para barrar o voto impresso no Congresso. “O Barroso foi para dentro do Parlamento fazer reunião com parlamentares e, acabando a reunião, o que vários líderes partidários fizeram? Trocaram dos deputados da comissão especial, deputados para votar contra o parecer do Filipe Barros, o relator, para não ter o voto impresso”, afirmou.