O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, hoje, ao assumir a presidência do Mercosul, que os países do grupo devem apresentar uma resposta “rápida e contundente” às condições propostas pela União Europeia para a conclusão de um acordo entre os dois blocos.
“O Instrumento Adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, afirmou no discurso.
As declarações foram feitas durante a cúpula do bloco, em Puerto Iguazú, na Argentina. O Brasil assume a presidência rotativa do grupo – formado ainda por Argentina, Paraguai e Uruguai – por seis meses.
No discurso, o presidente brasileiro também citou acordos com Canadá, Coreia do Sul e Singapura, e voltou a defender uma moeda comum para transações entre países do Mercosul. Disse ainda que o grupo precisa retomar “protagonismo” e que a presidência no bloco é uma “etapa essencial” para o “reencontro” do Brasil com a América do Sul.
O documento citado por Lula prevê sanções em questões ambientais e tem sido motivo de impasse nas negociações. Lula disse que o grupo não tem interesse “em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matéria primas, minérios e petróleo”.