Por: Sandro Prado
Os consumidores estão, no mínimo, apavorados com o aumento dos preços dos alimentos que parece não dar trégua em 2021. Em 2020, o grupo “Alimento e Bebidas”, teve um reajuste muito superior ao da inflação oficial. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é medido pelo IBGE, fechou o ano de 2020 em 4,52%, no entanto, o mesmo Instituto constatou um aumento médio nos preços do grupo “Alimentos e Bebidas” de 14,09%.
A dona de casa viu os preços dos alimentos “essenciais” para preparar a refeição e colocar a comida na mesa de casa disparar. Itens como o arroz, feijão, charque e o óleo de soja deram o pipoco, só o óleo de soja teve um reajuste médio, em 2020, de 103,79% e o arroz de 76,1%.
Parte destes reajustes foram explicados pelo aumento da demanda causada pelo pagamento do auxílio emergencial a muitas famílias pernambucanas. Já que o auxílio parou de ser pago no final de dezembro os preços caíram em 2021 e vão voltar aos valores de antes? Errado! Em janeiro de 2021 a média do aumento dos itens pertencentes ao grupo “Alimentos e Bebidas” subiu, de acordo com o IBGE, 1,02% (IPCA) diante uma inflação de 0,25% (IPCA), já a prévia dos reajustes médios do grupo, em fevereiro, ficou em 0,56% (IPCA-15) diante uma inflação prevista de 0,48% (IPCA-15).
O que explica este fenômeno? A Petrobras reajustou o preço do óleo diesel nas refinarias, nestes dois primeiros meses do ano de 2021 em nada mais, nada menos, do que 27,7%. Este reajuste acumulado pressiona o aumento do valor do frete para trazer os alimentos do campo para a cidade e de entrepostos comerciais, como a CEASA, para as feiras, mercados e outros estabelecimentos comerciais pressionando o aumento dos preços dos alimentos até chegar à dona de casa. Pois é! Até os ovos, da “bandeja de 30 ovos do carro do ovo”, aumentaram.
Sandro Prado é economista e escreve no blog toda segunda-feira