Apesar das declarações do próprio presidente da República, não existe possibilidade de Jair Bolsonaro (sem partido) se filiar ao Republicanos para disputar a reeleição, de acordo com o presidente estadual da sigla, deputado federal Silvio Costa Filho.
“Essa possibilidade é zero. O partido hoje está numa direção de dialogar com todos e o partido entende que não terá candidato a presidente da República em 2022. O foco dos Republicanos em 2022 é ampliar a bancada congressual. O caminho natural de Bolsonaro é o PP ou o PL”, pontuou Silvio.
Outra “chance zero” ressaltada pelo deputado é a de uma federação partidária envolvendo Republicanos, PL e PP, algo que vem sendo especulado nas últimas semanas “A possibilidade disso existir é zero. A Executiva Nacional já deliberou com todos os presidentes estaduais que o partido não fará nenhum tipo de federação. Vai trabalhar para eleger de 40 a 50 deputados federais e eleger senadores”, disse Silvio frisando que a meta estadual é eleger “de 3 a 4” federais e a mesma quantidade de deputados estaduais.
O parlamentar sublinha que “o presidente Bolsonaro vem errando muito na condução do País”. “O Brasil tem uma marca que é a insegurança institucional, esse risco que o presidente vem gerando, prejudica a economia brasileira”. Ele cita um “combo” de quatro problemas principais no País. “Primeiro, o aumento da inflação, diminuindo o poder de compra da população, há também o aumento da taxa de juros que inibe o crescimento ao diminuir o crédito. O terceiro problema é o baixo investimento, o Brasil investe menos de três por cento do seu PIB, e o quarto é esse risco fiscal que a gente tá observando pela falta de planejamento da agenda econômica do país”, diz Silvio.
Cotado ao posto de senador da Frente Popular em 2022, Silvio mantém a cautela e deixa a escolha ao crivo de Paulo Câmara. “Eleição majoritária não depende apenas de um desejo pessoal mas de um conjunto de fatores. O governador é o coordenador do processo e na hora certa vai apresentar critérios para escolha do candidato a senador e vice-governador na Frente Popular”. Silvio crê que para o posto de governador, o ex-prefeito Geraldo Julio é “um nome natural”. “Entretanto temos também nomes que merecem uma avaliação de todos. É importante aguardar, nesse momento, além de nomes, o mais importante é fazer debate de conteúdo programático para o estado”.
Apesar do Republicanos votar em diversas pautas com Bolsonaro, Silvio não enxerga impeditivos para um diálogo entre a sigla e Lula e, tampouco, para um apoio pessoal seu ao petista. “O Republicanos tem um alinhamento histórico com Lula, teve o seu vice (José de Alencar), participou do governo de Dilma. O partido tem uma posição de muita independência e todos sabem da minha atuação independente em Brasília e do meu alinhamento com a centro-esquerda. Desde que entrei na vida pública, estive ao lado de Lula em Pernambuco desde 2006. Tenho confiança que se o presidente Lula ganhar em 2022, o Republicanos dará sua contribuição nacionalmente”, afirma.
Atualmente, Silvio é relator na comissão especial da PEC 122, que dificulta a criação de novos encargos a municípios. Para ele, a proposta busca ajustar distorções vigentes. “Ela proíbe que novas despesas sejam criadas nos municípios pela União sem que a União apresente novas fontes de financiamento. Atualmente, há um subfinanciamento de vários programas criados lá atrás sem o Governo Federal apresentar como iria pagar essa conta”, justifica Silvio, que ressalta a dependência que os municípios têm de verbas da União.
