Roberto Jefferson é preso pela PF no inquérito das milícias digitais

Nesta manhã desta sexta-feira (13), o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi preso preventivamente pela Polícia Federal após determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, por suspeita de envolvimento com uma milícia digital que atua contra a democracia.

A Polícia Federal cumpriu o mandado de busca e apreensão e de prisão na residência do político aliado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Além da prisão preventiva, o ministro também determinou a busca e apreensão de armas e munições de propriedade de Roberto Jefferson “bem como de computadores, ‘tablets’, celulares e outros dispositivos eletrônicos”.

Em nota divulgada pelo gabinete do ministro, Alexandre de Moraes explicou que no dia 5 de agosto a PF enviou uma representação requerendo a prisão de Jefferson, sendo o documento entregue à PGR (Procuradoria-Geral da República).

“No entanto, até a decisão que decretou a prisão preventiva de Roberto Jefferson e determinou a realização da busca e apreensão, na data de ontem, 12 de agosto de 2021, não havia qualquer manifestação da Procuradoria-Geral da República a esse respeito, embora vencido o prazo”, afirmou.

A PGR divulgou nota pública, em seu portal, dizendo que “se manifestou no momento oportuno” e que a prisão representa “censura prévia à liberdade de expressão”.

O inquérito das milícias digitais foi aberto em julho, por determinação de Alexandre de Moraes, após reunir conteúdos coletados pelas investigações ocorridas no âmbito dos inquéritos das Fake News e dos atos antidemocráticos. Em uma conversa obtida pela PF, o ex-deputado afirmou defender um “ato institucional”, nos moldes do AI-5, contra o STF. A fala teria sido endereçada ao empresário e militante bolsonarista Otávio Fakhoury. O inquérito em andamento tem acesso às provas obtidas pela investigação sobre fake news, o que manteve na mira alguns investigados como Roberto Jefferson.

O ex-deputado também já foi alvo do STF em outra ocasião. Em 2005, o político foi apontado como sendo o “pivô” do escândalo do mensalão, sistema de pagamento mensal a políticos para garantir apoio no Congresso. Sete anos depois, com o fim do julgamento do caso pelo STF, Jefferson foi condenado a sete anos e 14 dias de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A prisão de Roberto Jefferson provocou reações distintas entre políticos.

O pré-candidato ao governo de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que “o comboio do golpismo vai indo pra onde merecem”.

O deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), criticou a medida questionando “O que são atos antidemocráticos? milícia digital? Fake news? A democracia, essa balela de Estado democrático de direito, já não estão sob ameaça, estão sob ataque intenso mesmo. O Senado tem que enxergar quem joga fora das 4 linhas da constituição”.

A filha do político, a ex-deputada federal Cristiane Brasil, xingou os ministros do STF e fez ameaças após a prisão. Em sua conta no Twitter, que não é verificada, Cristiane disse que “esse bando de escroto que mandou prender meu pai, sabe-se lá porquê, vai pagar caro”.

A defesa do presidente nacional do PTB Roberto Jefferson entrará com um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) ainda nesta sexta-feira solicitando que o ex-deputado federal fique preso em regime domiciliar.

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