Bolsonaro acredita que o voto impresso não deve ser aprovado na Câmara

O governo deverá sofrer mais uma derrota na votação em que o plenário da Câmara vai decidir se torna ou não obrigatório o voto impresso no Brasil. Os partidos declaradamente contrários à proposta somam 330 deputados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na sexta-feira (06) que colocará a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso para votação em plenário. Segundo Lira, a votação deve acontecer na terça-feira (10) ou na quarta-feira (11). Lira pretende enterrar de uma vez a ideia de mudar a Constituição para criar um sistema de impressão de votos acoplado às urnas eletrônicas.

Ainda de acordo com o presidente da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) irá respeitar o resultado do plenário, se os deputados decidirem rejeitar a PEC do voto impresso. “Em uma ligação telefônica, o presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário. E eu confio na palavra do presidente da República ao presidente da Câmara”, afirmou à Rádio CBN.

Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (09), que está ciente de que a proposta do voto impresso deverá ser rejeitada no Plenário da Câmara dos Deputados.

Em entrevista à rádio Brado, da Bahia, o chefe do Executivo ainda afirmou que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)), “apavorou” alguns parlamentares que, segundo ele, “deve alguma coisa na Justiça, no Supremo”.

“Vai ser derrotada a proposta. Porque o ministro [Luís Roberto] Barroso apavorou alguns parlamentares e tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo, né?”, disse.

Bolsonaro completou: “O Barroso apavorou. Foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”. O chefe do Executivo chamou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de mentiroso.

O voto impresso tem sido motivo de tensão política nos últimos meses. O presidente Jair Bolsonaro disse que é possível não haver eleição em 2022 caso não haja cédulas físicas. Hoje são usadas urnas eletrônicas.

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