Fundado em 2011, o PSD é o partido que mais se beneficiou com transferências de deputados desde o final de 2002. De acordo com os dados do site da Câmara, há 82 registros de entrada na sigla de lá para cá e 24 de saída. Isso significa que a legenda tem saldo positivo de 58 deputados filiados.
A bancada atual do partido na Câmara tem 35 integrantes. Na sequência, veem o PL antigo e o Podemos com saldo de 19. O pior saldo é o do DEM, partido de onde Gilberto Kassab saiu para fundar o PSD e de onde tirou 19 colegas só em 2011.
Os deputados não podem trocar de partido livremente, sob risco de perderem o mandato. Há uma época específica nos anos eleitorais em que essas mudanças podem ser feitas.
As vagas na Câmara são divididas de acordo com a votação dos partidos ou das coligações, que estão proibidas para as eleições de 2022 em disputas proporcionais. Por exemplo, se o PT tiver votos suficientes para ter 5 dos 70 deputados federais de São Paulo, os 5 petistas mais bem votados no Estado assumem.
Há algumas exceções, como é o caso quando o partido para qual o deputado quer se mudar é recém-criado. Isso ajuda a explicar o bom desempenho do PSB e do Solidariedade, fundado por Paulinho da Força e é o 5ª com melhor saldo, sobre os partidos mais antigos.
Também houve uma exceção em 2019, quando os deputados eleitos por siglas que não atingiram a cláusula de desempenho em 2018 puderam migrar sem risco de perder o mandato. A cláusula retira o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de TV das siglas que não atingiram pelo menos 1,5% dos votos válidos para deputado federal ou eleito ao menos um deputado em 9 unidades diferentes da Federação.
Graças a isso, o número de partidos com representantes na Câmara baixou de 30, na posse, para 24. O PL de Valdemar Costa Neto foi a sigla que mais se beneficiou desse fenômeno.
Algumas transferências de partido seguem em andamento, como o PSD que está em tratativas para filiar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ), além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), mas por não serem deputados eles não seriam incluídos na conta dessa matéria.
A mudança de partido mais recente registrada pela Câmara é a de Marcelo Freixo (RJ), que trocou o PSol pelo PSB. Sua antiga sigla consentiu com a saída, por isso ele pode ir para a nova legenda fora da janela de trocas partidárias.
Com informações do Poder 360