O climatério, antecedido pela menopausa, é um marco importante na vida e na saúde da mulher. É quando o corpo feminino se despede do período fértil e sofre com a queda de hormônios importantes, o estrogênio e a progesterona. Na opinião da senadora Teresa Leitão, as consequências físicas e psicológicas da menopausa e do climatério merecem um tratamento especial, que hoje não existe no SUS. Mas um projeto de lei está em tramitação no Senado para garantir esse atendimento às mulheres. O PL 3.933 tem autoria do Senador Mecias de Jesus e Teresa Leitão é a relatora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Para ampliar o entendimento no assunto e sensibilizar os senadores para o projeto, Teresa Leitão propôs a realização de uma audiência pública, que aconteceu no dia 16 na Comissão de Assuntos Sociais. A senadora expôs considerações apresentadas pela Associação Menopausa Feliz sobre os impactos da fase na saúde e no bem-estar de todas as mulheres.
O atendimento especial das mulheres na fase de menopausa e climatério se justifica sob vários aspectos. A começar pelo número de beneficiadas, estimada em cerca de 30% da população brasileira atualmente. Com o fenômeno registrado em todo o mundo de envelhecimento da população – com baixa taxa de natalidade e aumento da longevidade -, a lógica do atendimento à mulher no SUS, até então focada na mulher jovem, de idade reprodutiva, precisa ser alterada.
A senadora reconhece o desafio. “O projeto trabalha com a questão da disponibilidade de medicamentos hormonais e não hormonais, quando for a indicação médica; com a realização de exames preventivos e diagnósticos; com a capacitação de médicos para diagnóstico e abordagem dos tratamentos do climatério e da menopausa, acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado e tratamento contínuo e individualizado”, explicou durante a audiência pública.
“O eixo do projeto é extremamente meritório. A questão que se apresenta para nós é o que e como faremos isso”, concluiu Teresa Leitão. “De um lado, temos que instrumentalizar o Estado, temos que oferecer uma legislação de qualidade para viabilizar os resultados sociais que pretendemos; e, por outro lado, temos que conscientizar as nossas cidadãs e os nossos cidadãos também sobre o desafio do climatério e da menopausa”.
A audiência pública contou com a participação da representante da Associação Menopausa Feliz, Adriana Ferreira; a especialista em ginecologia endócrina, Fabiane Berta; a médica ginecologista Maria Socorro Medeiros de Morais, idealizadora do Fórum Permanente de Defesa das Mulheres Idosas; a coordenadora-geral da Saúde Integral da Mulher, do Ministério das Mulheres, Josilene Lúcia dos Santos; e a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Mulheres do Ministério da Saúde, Renata Souza Reis.