As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Em Pernambuco, em 2022, foram mais de 11,5 mil mortes relacionadas às enfermidades do coração, principalmente infarto agudo do miocárdio, hipertensão e insuficiência cardíaca. A mortalidade se concentra em pessoas a partir dos 60 anos (78,7%), com a população masculina predominando (51,9%). São diversos os fatores de risco para esse tipo de adoecimento, como diabetes, obesidade e hipertensão. Também é preciso ficar atento ao colesterol, que tem nesta quinta-feira (8/8) um dia nacional dedicado à sua prevenção e controle. Os hospitais metropolitanos Dom Helder e Pelópidas Silveira, que têm a cardiologia entre suas especialidades médicas, reforçam a importância do cuidado com o colesterol para ter mais qualidade de vida.
O colesterol, um composto gorduroso, desempenha diversas funções no organismo, sendo importante na digestão, formação de membranas celulares e produção de hormônios e vitaminas. Há o colesterol bom (HDL), que evita a obstrução das artérias, levando a gordura em excesso para que seja metabolizada pelo fígado e descartada pelo corpo.
Já o colesterol ruim (LDL), em excesso, fica depositado na parede das artérias, formando placas que prejudicam o fluxo de sangue para órgãos essenciais. Isso pode levar a infarto e acidente vascular cerebral (AVC, popularmente chamado de derrame). De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE), em 2019, 14,6% das pessoas de 18 anos ou mais (23,2 milhões) já tiveram diagnóstico médico de colesterol alto.
São diversos os fatores que aumentam a produção do colesterol ruim, como genética, alimentação rica em ultraprocessados e gorduras, sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Até o envelhecimento é um fator de risco, por causa da mudança na produção de hormônios pelo organismo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Contudo, a Sociedade frisa que qualquer pessoa, independente do peso ou idade, pode ser afetada.
Por isso, a mudança no estilo de vida é uma das principais formas de prevenção ao acúmulo do colesterol LDL e aumento da produção do colesterol bom: prática de atividades físicas, alimentação balanceada e rica em alimentos in natura (frutas, verduras e legumes) e com baixa ingestão de processados. Dependendo da gravidade, também pode ser indicada medicação ou até mesmo intervenção cirúrgica para desobstrução dos vasos sanguíneos.
Segundo o cardiologista do Hospital Dom Helder, Daniel Cavalcanti, é importante sempre ficar atento “ao estilo de vida, mas também fazer o acompanhamento médico anual, principalmente acima dos 40 anos, e realizar o exame de sangue de rotina pelo menos uma vez por ano para monitorar as taxas sanguíneas e identificar se há ou não a doença. Caso seja diagnosticada, é essencial seguir o acompanhamento médico”, afirmou ele.
A detecção do colesterol alto é feita por meio de exames laboratoriais. Importante destacar que, normalmente, não há sintomas que levem o indivíduo a suspeitar desse quadro. Em casos graves, contudo, pode ocorrer dor ou desconforto no peito, fadiga e falta de ar. Pele fria e palidez nos dedos podem ser sinais de comprometimento nas artérias.
O médico ainda recomenda “que as pessoas adotem um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e prática regular de exercícios físicos. É importante evitar excessos alimentares, consumir menos doces, menos massas e evitar gorduras, óleos, manteiga e frituras. Além disso, é aconselhável balancear o consumo de carne vermelha com carne branca”, explicou Daniel.