Companhia das Docas da Bahia adere à rede global de sustentabilidade do Iclei

Filiação engloba o desenvolvimento de projetos, capacitações e diagnóstico climático nos três portos vinculados à Codeba: Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus

O compromisso com a economia de baixo carbono, que se baseia na adoção de práticas socioambientais e de governança resilientes e eficazes, levou a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) a filiar-se ao Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade. A instituição é uma organização global que conta com cerca de 2.500 governos locais e regionais comprometidos com o desenvolvimento urbano sustentável. Ativa em mais de 125 países, a rede influencia as políticas de sustentabilidade e impulsiona a ação local para o desenvolvimento de baixo carbono, baseado na natureza, equitativo, resiliente e circular.

A filiação permitirá que a Autoridade Portuária/Codeba se beneficie de uma rede global de conhecimentos, recursos e parcerias que visam promover práticas sustentáveis. O Iclei busca oportunidades que tragam impactos positivos para a qualidade de vida das pessoas, a prosperidade em equilíbrio com o meio ambiente. Ao longo de quase três décadas de trabalho, a organização desenvolve, testa e expande metodologias para orientar o desenvolvimento sustentável.

Por meio da adesão, celebrado no 3º Encontro Nacional do Iclei, realizado em São Paulo, na semana passada, os portos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus vão ganhar maior protagonismo no cenário nacional e internacional, fincando a bandeira da sustentabilidade em seus territórios. Há um leque de ações a serem desenvolvidas nos atracadouros públicos vinculados à Companhia das Docas da Bahia e os trabalhos vão ser iniciados na primeira semana de julho com a visita de especialistas da entidade aos atracadouro. O estado nordestino tem 1,1 mil quilômetros de costa litorânea, a mais extensa do país.

“Há muito o que ser feito em conjunto com os especialistas do Iclei. Atualmente, somos a única autoridade portuária federal brasileira inserida na cadeia mundial que luta, incansavelmente, pelo desenvolvimento sustentável, com olhar aguçado para os efeitos dos gases de efeito estufa no planeta. Não podíamos ficar de fora. Queremos ser protagonistas da ação global para mitigar e minimizar as danosas consequências das mudanças climáticas, seguindo a rota do crescimento sustentável”, pontua o engenheiro Antonio Gobbo, diretor-presidente da Codeba.

SINERGIA

A Companhia de Docas do Estado da Bahia foi um dos patrocinadores do congresso mundial do Iclei, que reuniu especialistas climáticos e de outros ramos ambientais de todas as partes do mundo. “A sinergia foi completa e vai render bons frutos para os três portos baianos sob a nossa gestão. Fico muito feliz em poder contribuir com essa mudança de paradigma nos atracadouros públicos baianos, que estão prestes a dar um passo importantíssimo rumo à descarbonização e à sustentabilidade. O setor marítimo tem grande potencial de crescimento e o estado será um dos grandes beneficiados do Brasil com a dinamização do modal de transporte de carga em total sintonia com a sustentabilidade”, comemora Gobbo.

Secretário-executivo do Iclei América do Sul desde 2016, o economista Rodrigo Perpétuo compartilha da expectativa de Antonio Gobbo com a parceria estratégica da instituição com a Codeba e cita que a adesão à rede não poderia ter ocorrido em ocasião mais apropriada. “Destacamos várias tendências mundiais no congresso e uma delas estava relacionada às cidades costeiras, e mais especificamente à relação cidade-porto”, enfatiza.

“Neste sentido, anunciar a filiação da Codeba ao Iclei no âmbito do evento internacional mais importante que a nossa entidade realiza, demonstra o nível estratégico da parceria”, sublinha. De acordo com Perpétuo, o propósito é apoiar os três portos no que se refere às suas ações climáticas e ESG. Será uma oportunidade pioneira e inovadora, que poderá ser replicada em outros complexos portuários do Brasil e de outros países”, complementa Perpétuo.

COMPLEXO PORTUÁRIO

A Bahia tem um dos maiores complexos portuários do País, formado pelos portos públicos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus, além de cinco Terminais de Uso Privado (TUPs). O conjunto integra o Sistema Portuário da Baía de Todos os Santos, formado pelo porto descontinuado Aratu-Candeias/Salvador, além dos TUPs da Petrobrás (Temadre e o Terminal de Gaseificação), Ford, Dow Química, Moinho Dias Branco e Gerdau (Usiba).

Individualmente, os três atracadouros estão entre os 10 mais movimentados do Nordeste. Pelo ranking de 2023 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Porto de Aratu-Candeias é o terceiro atracadouro público mais movimentado da região, com o total de 6.683.832 toneladas. O Porto de Salvador ocupa a quarta posição (4.677.084) e de Ilhéus, a décima (527.675).

ICLEI

Na Bahia, o Iclei já mantém parceria com o governo do estado, com as Prefeituras de Salvador e de Botuporã. O Iclei América do Sul conecta seus mais de 2.500 governos associados em mais de 125 países a este movimento global, contribuindo para a adoção de políticas de sustentabilidade e impulsionando a ação local para o desenvolvimento de baixo carbono.

Todas as informações sobre a organização estão reunidas no site https://americadosul.iclei.org/. No Nordeste, o foco da instituição, nos últimos anos, tem sido temas relacionados ao clima, ao desenvolvimento de baixo carbono, adaptação e resiliência; resíduos sólidos e biodiversidade urbana; entre outros.