O ministro da Justiça, Flávio Dino, promoveu um encontro entre o ministro da Defesa, José Múcio, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, na última segunda-feira. Eles conversaram sobre temas sensíveis que dividem os dois ministérios do mesmo governo.
Os atos golpistas de 8 de janeiro e as investigações envolvendo militares estavam na pauta da reunião. Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu que é competência da Corte processar e julgar os crimes ocorridos na Praça dos Três Poderes independentemente de os investigados serem civis ou militares. O ex-comandante do Exército, Júlio César Arruda, foi interrogado por delegados mês passado.
Os três também debateram a segurança presidencial e de outras autoridades do Governo. No mês passado, Lula definiu que a segurança será feita no formato híbrido, com civis e militares, mas com o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A Polícia Federal não queria ter perdido a liderança porque considera um retrocesso policiais civis serem submetidos a militares. Após a decisão, a primeira-dama, Janja da Silva, demonstrou interesse em manter os policiais federais que já estão na equipe de segurança dela.
Outro tema sensível entre os ministérios é o novo decreto para regulamentação de armas escrito por um grupo ligado ao Ministério da Justiça.
O texto retira do Exército e passa para a Polícia Federal a atribuição de controlar caçadores, atiradores e colecionadores de armas – os chamados CACs. Neste caso, é o Exército que não quer perder a atribuição. A proposta está em análise na Casa Civil.