Por Fernando Leonel
Direto de Portugal – Exclusivo para o Blog do Jorge Lemos
Em Portugal sempre escutamos elogios sobra à alegria, gentileza dos brasileiros e às belezas naturais do Brasil. Nos últimos anos, esse isso vem mudando… A covid-19 apresentou ao mundo um lado brasileiro triste, odiento e dividido politicamente.
Com a primeira onda da pandemia, em meados de fevereiro a março de 2020, Portugal apressou-se no cuidado. A população demonstrou civismo e espírito público invejáveis. O presidente decidiu pelo seu autoconfinamento, o que funcionou como exemplo para muitos. Logo depois, Portugal saía nos noticiários como o país do futuro ou exemplo para toda Europa e foi possível viver um desconfinamento com mais intensidade na altura do verão. Mesmo tratando-se de uma país relativamente pobre economicamente.
O que era bom, tornou-se complicado. Após o verão e as passagens de final de ano, Portugal começou a enfrentar o pior período da pandemia: aumento de mortes, surgimento de novos casos e o avanço da estirpe inglesa no país (variante da COVID originária no Reino Unido).
O governo endureceu as regras e retomou ao confinamento. As empresas que fecharam receberam um auxílio, chamado Lay-off, e as redes de atenção social foram montadas. Com essas medidas, os números começaram a baixar e logo surgiu um grande movimento de reabertura para “salvar” a economia. Com uma frase segura e eficaz, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa disse: “desconfinar a correr por causa dos números destes dias será tão tentador quanto leviano”. Até a oposição mais rigorosa aprovou o retorno com mais calma. Houve sempre interação dos políticos (dentro do possível) para o bem da sociedade.
O clima mais tranquilo só tem contribuído para Portugal e sua economia. O que se ouve do Brasil em uma só voz: “O que está acontecendo com aquela terra?”, “Trump Brasileiro?”, “Como pode ser tão cabeça dura?!”, a sensação de uma país sem rumo.
As principais manchetes anunciam:
“Brasil continua a somar recordes de mortes diárias pela covid-19, mas o Presidente, Jair Bolsonaro continua a defender que não deve haver confinamento.” ( Jornal o Publico)
Bolsonaro chama “tiranos” a governadores que impõem restrições (Observador.pt)
Bolsonaro critica confinamento. (EMISSORA RTP)
“O Brasil está a ficar na história como um caso dos efeitos de uma liderança falhada numa emergência de saúde”, disse Maria Caldas de Castro, investigadora de Saúde Global.
As imagens das praias e dos paraísos naturais, do samba, da música mais suave do mundo tem sido substituída pela visão de violência, morte, mentiras e ódio. É claro, imaginamos e torcemos para que isto seja passageiro e possamos reviver um tempo de alegria, onde a nação brasileira se unirá para ser um exemplo para o mundo… Ainda é possível agradecer pelo sol constante, beleza natural, inteligência e simpatia de um povo único. Salve o Brasil!
Fernando Leonel é Fisioterapeuta, Acunputurista, pernambucano e residente em Portugal