Ex-secretário de Saúde do DF diz não ter vínculo com Ricardo Barros ou Progressistas

Em depoimento à CPI da Pandemia do Senado, nesta quarta-feira (2), o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo Filho, argumentou que não possui vínculo com o deputado federal Ricardo Barros nem com seu partido, o Progressistas.

Nas perguntas iniciais do relator Renan Calheiros (MDB-AL), Francisco Araújo Filho disse que sua indicação à secretaria de Saúde do Distrito Federal foi técnica, e não política. Araújo negou conhecer o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ou ter qualquer relação com o Partido Progressista, embora conheça pessoas do partido.

O depoente defendeu seus cinco meses de gestão e disse que se “desconectou” completamente da área da saúde após deixar o cargo.

Além disso, Francisco Araújo Filho, também negou que conhecia os donos da Precisa Medicamentos ou que tenha atuado para favorecer a empresa em uma compra de testes rápidos de covid-19 quando comandava a pasta.

O processo de aquisição é objeto da operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), pela qual Araújo foi preso preventivamente em agosto do ano passado sob acusação de irregularidades na contratação de cerca de R$ 20 milhões.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou se o ex-secretário confirmava que a Precisa havia apresentado sua proposta fora do prazo da dispensa de licitação, em maio de 2020. Araújo respondeu negativamente e afirmou que teve de cancelar um processo aberto anteriormente, que previa a compra de 50 mil testes, para iniciar um outro para a aquisição de 300 mil testes. A Precisa disputou o 2º processo com outras 6 empresas.

“Tenho a minha consciência tranquila, em paz, que não tem e nem terá a minha digital em um só lugar de relação com a empresa Precisa”, declarou o ex-secretário. “Agora, o que eu não posso me responsabilizar é pelo que aconteceu, que eu estou me defendendo no processo eu irei provar a minha inocência”, disse.

Ele também contestou a avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União) de que houve sobrepreço na compra dos testes da marca Livzon, cuja unidade foi vendida pela Precisa a R$ 139,90, em um total de 150 mil testes. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que a empresa Produtos Médicos Hospitalares Ltda. apresentou proposta menor de R$ 73 e não foi aprovada.

Araújo argumentou que empresas que apresentaram preços unitários mais baixos que o da Precisa informaram não poder entregar os produtos dentro do prazo exigido pela Secretaria de Saúde do DF devido à “urgência” da situação da pandemia em março e abril de 2020.

O ex-secretário insistiu que os testes da Livzon tinham certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, portanto, não caberia à pasta que ele comandava à época recusar os produtos.

Fonte: Portal 360